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Colégio dos Jesuítas participa da III ONU Intercolegial, que reúne em Salvador estudantes da RJE

Evento sediado no Colégio Antônio Vieira é a maior simulação das Nações Unidas da Rede Jesuíta de Educação

 

 

Uma simulação de conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), tratando de temas reais, a exemplo da dependência mundial do dólar e a expressividade global do Brics (bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros), assim como tensões geopolíticas entre a Venezuela e a Guiana, além do papel do Conselho de Segurança da ONU visando assegurar a paz. Com um realismo que impressiona, o projeto ONU Intercolegial reúne no Colégio Antônio Vieira, em Salvador (BA), de 11 a 14 de junho, jovens estudantes de colégios que integram a Rede Jesuíta de Educação Básica (RJE). Na simulação, os estudantes assumem o papel de secretários-gerais, além de delegados de conselhos da ONU, representando os países nos debates e definições das Nações Unidas.

 

A abertura do evento aconteceu na manhã de terça-feira, na Sala de Arte Sálua Chequer, um dos espaços de aprendizagem do Vieira. Beatriz Costa e João Pontes, secretários-gerais do evento e estudantes do Colégio Antônio Vieira, foram os cerimonialistas e apresentaram os convidados a compor a mesa de abertura: Prof. Fernando Guidini, diretor da RJE, Pedro Risaffi, secretário-executivo da Rede, e Prof. Sérgio Silveira, diretor-geral do Vieira. “A III ONU Intercolegial reside, sobretudo, no enaltecimento da diversidade cultural que forja a essência desse projeto. Em diversos tempos históricos, a diferença por si só foi encarada de forma negativa. Foi utilizada como pretexto para a subserviência entre povos. Hoje, atestamos que a diferença é o que nos une. Na realidade, percebemos que a variedade de pessoas implica necessariamente na multiplicidade de ideias, que é a força motora dessa simulação, na medida em que o resultado desse projeto nunca será decorrente de um, apesar das divergências ou diferenças, mas precisamente por causa delas”, destacou Beatriz.

 

Em sua fala, Fernando Guidini lembrou que a terceira edição do evento ocorre no ano de comemoração de uma década da RJE e frisou o quanto a Rede e as suas unidades se beneficiam com a atividade, já que os estudantes, além de conhecerem colegas de outras instituições, aprendem sobre questões históricas e políticas de amplitude global e se tornam capazes de assumir papéis na defesa dos interesses de outros países e culturas, em um exercício pleno de cidadania, com seriedade e respeito ao outro. “Quando eu vejo vocês nesse espaço, eu vejo mais de 100 mil estudantes espalhados pelos colégios da América Latina da Companhia de Jesus. E vejo, igualmente, mais de 2.200.000 estudantes espalhados pelos mais de 800 colégios que temos pelo mundo. Dentro da nossa tradição humanista, e como nas edições anteriores, a ONU Intercolegial, conforme disposto no Projeto Educativo Comum da nossa Rede, tem como objetivo integrar-se aos currículos das séries do Ensino Médio, enriquecendo-os de forma que contemplem conhecimentos, competências e habilidades nas três dimensões dos seus projetos pedagógicos: a cognitiva, a socioemocional e a espiritual religiosa, como um instrumento efetivo de formação dos nossos estudantes. Nesse sentido, a educação jesuíta assume no campo da missão, a leitura e a reflexão sobre os desafios do mundo atual, por meio do exercício de uma cidadania ativa que se traduz em espírito crítico, respeito, solidariedade, contemplação, compaixão e, por sua vez, ação”.

 

Pedro Risaffi, secretário-executivo da RJE, é antigo aluno do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ), e participou da primeira simulação das Nações Unidas da instituição, há 19 anos. Ele iniciou o seu discurso com uma das recomendações que Santo Inácio de Loyola faz às pessoas que realizam os Exercícios Espirituais. “Aproveitem cada minuto dessa experiência com abertura para acolher o que as situações e as pessoas podem lhe provocar e a generosidade para oferecer o seu melhor. Eu sou testemunha do quanto projetos como a ONU Intercolegial são um marco em nossa trajetória formativa, seja pelas aprendizagens realizadas, seja pelas competências desenvolvidas, seja pelos novos laços de amizade que aqui vão sendo criados. Então, participar da ONU Intercolegial, mais do que puramente um teatro diplomático, é a oportunidade de se exercitar ou se confrontar, a depender da sua representação, com o modelo de cidadão global inaciano, isto é, aquele que constantemente aprofunda sua consciência de responsabilidade local e global e que busca um planeta mais sustentável, humano e justo”, disse.

 

 

O diretor-geral do Vieira, professor Sérgio Silveira, recordou o modelo de educação da Pedagogia Inaciana, que propõe a formação de um estudante que o torne capaz de compreender a si mesmo e a realidade que o cerca, em um mundo complexo e de constantes mudanças, para que tome consciência dos processos que constituem a vida em sociedade, podendo questioná-la e modificá-la. “É justamente isso que a ONU Intercolegial propõe: praticar, por meio das discussões acerca dos dilemas da humanidade, o exercício de uma cidadania global, na proposição de soluções que denotem o caráter consciente, comprometido, compassivo, competente e criativo dos nossos estudantes”.

 

Coordenadora da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Antônio Vieira e assessora estratégica da III ONU Intercolegial, a professora Léa Pontes narrou as experiências das duas edições anteriores do evento, em 2018, no Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ), e em 2022, no Colégio Diocesano, em Teresina (PI) e realizado do formato híbrido em razão da pandemia. “E hoje, felizes os educadores e as educadoras que estão aqui, vivenciando essa experiência protagonista de estudantes, vendo esses jovens desenvolvendo seus percursos de múltiplas aprendizagens”, complementou.

 

Gigi Albuquerque, professora de História do Vieira e assessora pedagógica do evento, ressaltou que a ONU Intercolegial a história de excelência educacional da Companhia de Jesus, que sempre valorizou a adaptação às necessidades dos tempos, sem perder de vista seus princípios fundamentais. “A ONU Intercolegial integra práticas pedagógicas modernas com a tradição jesuíta, criando um ambiente de aprendizado dinâmico relevante para o mundo contemporâneo. Esse é um projeto que tem como principais pilares a educação para a cidadania global, protagonismo juvenil e inovação pedagógica, alicerçada na tradição viva, pulsante e potente da Companhia de Jesus, e representa uma oportunidade única para crescermos juntos, compartilhando conhecimentos e desenvolvendo habilidades essenciais para a formação de futuros líderes, agentes de mudanças conscientes e comprometidos com a construção de um mundo melhor”.

 

Por fim, membros das equipes diretivas de cada comitê se apresentaram. “Desde o primeiro momento, lá em 2023, já começamos a nos mobilizar para fazer com que esses quatro dias de simulação ficassem marcados na memória de cada um da melhor forma possível. As inúmeras horas de reuniões online começaram a dar forma ao projeto e o sentimento de orgulho e expectativa para ver o resultado de tanto esforço e dedicação se tornou evidente”, comemorou Marianna Pessoa, estudante do Colégio Antônio Vieira e integrante da Câmara dos Deputados.

 

Confira o vídeo da cerimônia de abertura:

 

Solidariedade
As professoras Léa Pontes e Gigi Albuquerque também proferiram palavras de solidariedade e apoio ao Colégio Anchieta, de Porto Alegre, e à toda a população do Rio Grande do Sul pelas tragédias com as enchentes. “Sabemos que as adversidades recentes têm causado grande impacto e sofrimento, afetando vidas, famílias e comunidades inteiras. Hoje, mais do que nunca, se faz necessário que o projeto de simulações da ONU, Colegial e Intercolegial possam continuar direcionando suas agendas, debates e propostas de resolução, atentando também para as questões ambientais que se mostram cada vez mais urgentes e desafiadoras. A preservação do meio ambiente exige de todos nós um esforço conjunto e contínuo. É crucial que unamos nossas vozes e ações em prol dessa causa tão importante”, ressaltou Gigi.

 

Comitês da ONU
Assim estarão representados o G-20 (grupo dos 20 países com as maiores economias do mundo); a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), além do The United Nations Historical Security Council (UNHSC), que é o Conselho de Segurança Histórica das Nações Unidas, este com debates somente em inglês. Haverá também uma simulação de sessão na Câmara dos Deputados brasileira, que vai debater a crise econômica dos anos 90 e o impeachment do presidente Fernando Collor.

Mais informações podem ser obtidas no site do evento: https://onuintercolegial.com.br/