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Formação integral é tema de reunião geral com presença de Pe. Klein, SJ
Referência no assunto na comunidade jesuíta brasileira, o Assessor Pedagógico da RJE abordou o tema em encontro com educadores
“Hoje há a tendência a um neopositivismo, ou seja, a educar para as coisas imanentes, para o valor das coisas imanentes, e isso tanto nos países de tradição cristã como nos países de tradição pagã. O que não significa introduzir os jovens, as crianças na realidade total: falta a transcendência. Para mim, a maior crise da educação, na perspectiva cristã, é este fechamento à transcendência”, discursou Papa Francisco no Congresso Mundial da Congregação para a Educação Católica, em 21 de novembro de 2015. “É preciso preparar os corações para que o Senhor se manifeste, mas na totalidade; ou seja, na totalidade da humanidade que tem também esta dimensão de transcendência. Educar humanamente, mas com horizontes abertos”, acrescentou o pontífice em texto recuperado exatos oito anos depois por Pe. Luiz Fernando Klein, SJ, na última reunião geral do Colégio dos Jesuítas.
Reunindo todos os educadores do Jesuítas, docentes e não docentes, a Reflexão Pedagógica da última terça-feira (21) foi aberta pelos estudantes, com apresentações do Inaciartes e do Coral do Jesuítas. Segundo o Diretor Acadêmico Welerson Mazzo Spada, tratava-se de uma outra forma de orar. “Tudo o que move é sagrado”, ressaltou Welerson, recitando o verso que abre a canção “Amor de índio”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos. Para o Diretor Geral do Colégio, Prof. Edelves Rosa Luna, pensar nas várias dimensões da formação integral faz parte do permanente aprimoramento previsto no Sistema de Qualidade na Gestão Escolar (SQGE), implementado pelo Colégio em 2016.
Após fazer anúncios de projetos voltados para os educadores do Jesuítas, o Diretor Geral celebrou a presença de Pe. Klein, SJ, Assessor Pedagógico da Rede Jesuíta de Educação (RJE). “Nós nos preparamos para estar aqui, para beber numa das fontes de sabedoria que a Companhia de Jesus nos oferece”, destacou Prof. Edelves, chamando atenção para a relevância do assunto trabalhado há mais de um mês na unidade educativa e tema do encontro. “Nós, como escola, temos uma tendência natural de entender bem a dimensão cognitiva. Faz parte de nossa rotina, de nosso dia a dia, mas ainda há uma dificuldade de materializar a dimensão socioemocional. A importância de entender o todo que é o ser humano e que isso também faz parte do processo de aprendizagem ajuda-nos enquanto construção de uma compreensão coletiva”, observou Marcelo Sabino, Coordenador de Formação Cristã e mediador do momento com Pe. Klein, SJ.
Defendendo que os colégios jesuítas devem ser dotados de uma “inacianidade”, o convidado da noite apontou para uma importante característica da educação oferecida pela Companhia de Jesus: “formamos líderes”. Essa formação se deve, pontuou, a esse olhar pluralista. “Educação Integral é para ser considerada não somente em relação aos alunos, mas em relação a nós mesmos. A partir dessa concepção, eu não posso olhar mais ninguém de maneira fatiada, segmentada, estratificada. Tenho que considerar a pessoa na sua integralidade, na sua grandeza, na sua dignidade, na sua beleza. Não simplesmente naquilo que a pessoa me fala, verbaliza, produz, mas na sua história, no seu sentir, no seu criar, no seu atuar. Esse é um exercício para todos nós na comunidade educativa inaciana”, explicou Pe. Klein, SJ, num momento de profunda reflexão.