Os usos políticos do passado e os porquês de estudar História

 

A História não está pronta, ela não é fixa, pois não existe uma verdade absoluta, uma vez que sofre uma reescrita constante. A História é uma disciplina que procura responder às principais perguntas do presente e, nessa conjuntura, são extremamente relevantes os diversos olhares para o passado que abrem os espaços de lutas de memória. É nesse sentido que, para o nosso início de conversa, destaco um ponto de partida essencial de que o passado é tão misterioso quanto o futuro. As narrativas construídas dependem das apropriações que foram feitas e dos interesses dos sujeitos históricos em seus diversos tempos e espaços. Percorreremos aqui o caminho de alertar a todos e todas sobre os usos políticos do passado para depois mergulharmos mais fortemente sobre os motivos essenciais de estudarmos História.

 

 

Os usos políticos do passado devem ser avaliados, porque não existe neutralidade científica, já que os atores sociais interpretam o passado de acordo com os seus propósitos. É preciso ter esse cuidado ao revisitar as memórias, que, na maior parte das vezes, são marcadas por lembranças e esquecimentos. Nessa linha de raciocínio, costuma-se exaltar aquilo que é mais conveniente no jogo de interesses e apaga-se o que se elegeu que não deve ser lembrado.

 

 

Uma das formas de aprofundarmos o conhecimento histórico é a interdisciplinaridade. Estudar História tem mais sentido quando o conhecimento é interconectado, formando uma teia de possibilidades de relações entre os elementos pesquisados. Como dissera Marc Bloch, é essencial estudar a história dos homens no tempo, e não apenas de fatos estanques e impermeáveis. Nesse aspecto, é importante lembrar como se relaciona a história ao homem e ao tempo e como visualizam os seus ídolos, e o que se entende por passado e presente. A partir daí, poderemos perceber melhor as apropriações políticas do passado.

 

 

Uma maneira interessante de estudar História consiste em legitimar vozes que não foram ouvidas. É reconhecer que a História também é vista de baixo, porque ajuda a convencer aqueles de nós nascidos, sem colheres de prata, de que viemos de algum lugar. É justamente nesses lugares onde as identidades foram escondidas que poderemos escavar a busca de outras narrativas que ainda não conhecemos, inclusive de pessoas comuns, que quase sempre foram relegadas pela História dita oficial e supostamente portadora da verdade.

 

 

Portanto, mergulhando mais profundamente na pergunta essencial aqui “Por que estudar História?”, reitero a importância de não só olhar, porém reparar com detalhes a realidade, decodificar os problemas que o mundo nos mostra e apresentar alternativas, que não proclamem o fim da História, mas uma eterna possibilidade de criação e reconstrução de trilhas, as quais possam levar os homens a vislumbrarem formas de admirarem os diversos projetos de vida.

 

 

Estudar História é se debruçar sobre as questões de cidadania e inclusão social, é pensar na alteridade e empatia para a construção de um mundo melhor. Nesse sentido, torna-se evidente, na contemporaneidade, a importância da História para garantir a permanência de conquistas sociais como democracia, direitos humanos e respeito às minorias. A História nos possibilita compreender melhor o papel do homem enquanto animal político, um ser dotado de inclinações culturais e sociais, que ultrapassam o individualismo.

 

 

De forma geral, a História nos faz construir o conhecimento e produzir ações de cidadania capazes de transformar as vidas humanas nos seus reconhecimentos de estórias, legitimidade de narrativas e de lugares de fala dando vozes àqueles que foram pouco escutados ao longo do tempo, reescrevendo trajetos e possibilidades novas.

 

Bibliografia:

BURKE, Peter. A escrita da História, novas perspectivas. São Paulo. Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.

 

 

______. A Escola dos Annales: 1929-1989. A Revolução Francesa da historiografia. São Paulo: Editora Unesp, 1997.

 

 

WHITE, Hayden. O fardo da história. In:_. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. São Paulo: Edusp, 1994.

 

 

https://www.cafehistoria.com.br/o-que-sao-usos-politicos-do-passado/.

 

Por Leandro de Almeida Silva
Professor

Professor Welerson Spada é nomeado novo Diretor Acadêmico do Colégio dos Jesuítas

Da esquerda para a direita: o Coordenador da Unidade III e Diretor Acadêmico nomeado, Professor Welerson Spada; o Diretor Acadêmico, Pe. José Robson Silva Sousa, SJ e a Assessora Pedagógica e Coordenadora nomeada da Unidade III, Professora Josiane de Souza Paiva (Foto: Rodrigo Tagliate).

 

O Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna, anunciou a sucessão na Direção Acadêmica do Colégio em comunicado divulgado nesta segunda-feira (06). O Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, dará continuidade à sua formação e, em seu lugar, entrará o atual Coordenador da Unidade III, Professor Welerson Mazzo Spada. A atual Assessora Pedagógica, Professora Josiane de Souza Paiva, será a nova Coordenadora da Unidade III. As mudanças entrarão em vigor a partir do Ano Letivo 2022.

 

No comunicado dirigido à comunidade educativa, o Diretor Geral destacou a trajetória do Pe. Robson e ressaltou que os jesuítas, como são chamados os membros da Companhia de Jesus, passam por longa e sólida formação em diversos níveis, como acadêmico, social, espiritual e humano. A convocação a novos desafios é parte integrante dessa formação, por isso, de tempo em tempo, os jesuítas recebem uma nova Missão, bem como são chamados a continuarem sua formação em prol da excelência ofertada pela Companhia de Jesus em todos os campos em que atuam.

 

Assim, ao final do primeiro trimestre de 2022, o Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, partirá para uma nova etapa de sua formação como jesuíta e deixará as funções de Diretor Acadêmico do Colégio dos Jesuítas no encerramento das atividades letivas de 2021. O Pe. Robson é parte da comunidade educativa do Colégio há seis anos, três deles na Direção Acadêmica.

 

“Missão, no modo de proceder da Companhia, carrega, em sua essência, a sucessão, tanto para os jesuítas, quanto para os colaboradores. Somos, como comunidade educativa, agradecidos a Deus por este momento de transição, que é dom e reconhecimento tanto ao jesuíta, quanto ao colaborador na e em missão. Sou grato pelo dom da missão exercida neste período. Grato pelo dom da Josi e do Welerson, que são oferecidos à Companhia de Jesus nessa Missão”, afirmou o Pe. Robson, que também agradeceu à Companhia pela confiança e cuidado e à comunidade educativa do Colégio dos Jesuítas pelo “cuidado e amorosa acolhida”.

 

“Sou filho deste Colégio”

O Professor Welerson Mazzo Spada é mestre em Gestão Educacional pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e atua como colaborador do Colégio dos Jesuítas há duas décadas. O comunicado reitera que o professor conhece bem a comunidade educativa, seus processos e dinâmicas e colaborará fortemente na consolidação de importantes processos, com foco na formação integral e excelência acadêmica.

 

Ainda de acordo com o comunicado do Diretor Geral, Professor Edelves Rosa Luna, o nome do Professor Welerson Mazzo Spada foi escolhido para a Direção Acadêmica após um processo de escuta e discernimento. Esse processo foi liderado pelo Diretor Presidente da Rede Jesuíta de Educação, Ir. Raimundo Barros, SJ, em diálogo com a Equipe Diretiva do Colégio e o Secretário para Educação da Província dos Jesuítas do Brasil, Pe. Sérgio Eduardo Mariucci, SJ.

 

Segundo o Professor Spada, a notícia da nomeação foi recebida com grande alegria. “Posso dizer que sou filho deste Colégio, pois por aqui iniciei minha carreira de educador. No Colégio dos Jesuítas, aprendi que educação é algo que se faz na perspectiva da integralidade, pois são muitas as competências e as habilidades que necessitam ser desenvolvidas para que atuemos bem e de forma propositiva na sociedade na qual vivemos.”

 

O professor conta também que tem consciência da responsabilidade (“enorme”) e dos grandes desafios, contudo está confiante de que não estará só no caminho e seguirá apoiado pela Rede Jesuíta de Educação e por quem faz do Colégio dos Jesuítas um grande centro de aprendizagem. “Nesse sentido, destaco a competência, a experiência e o zelo no trabalho que é desempenhado pelo Professor Edelves Rosa Luna, Diretor Geral, e por Mauro Fortunato, Diretor Administrativo. Quanto à equipe do acadêmico, o entendimento não é diferente. O legado deixado pela gestão do Padre Robson merece destaque, especialmente por compreender que um bom gestor deve estar sempre atento ao que acontece no âmbito da comunidade, e que as decisões são mais acertadas quando a escuta é ampliada”, afirma. Além disso, agradece aos professores Amanda Reis dos Santos e Rafael Bellei, coordenadores das Unidades I e II, respectivamente; ao Coordenador da Formação Cristã, Marcelo Sabino; à Assessora Pedagógica e Coordenadora nomeada da Unidade III, Josiane Paiva; e aos colaboradores da Unidade III e demais docentes.

 

“Aos estudantes, razão do nosso existir, e aos seus familiares, digo que a equipe acadêmica seguirá atenta e perseverante na busca do Magis, respeitando o que é próprio de cada um e trabalhando sempre pelo bem de todos”, finaliza o professor Welerson Spada.

 

A gestão da Unidade III será assumida pela atual Assessora Pedagógica, Professora Josiane de Souza Paiva. Ela começou sua trajetória no Colégio dos Jesuítas em 2011, como professora regente. Em 2016, tornou-se Coordenadora de Série. E, em 2018, passou para a Assessoria Pedagógica, a convite do Pe. José Robson Silva Sousa, SJ. Nessa função, a professora leva a sua experiência da sala de aula até a gestão educacional.

 

Segundo a professora, o sentimento é de gratidão pelas oportunidades concedidas na gestão do Colégio e o investimento feito pela Rede Jesuíta de Educação em sua formação profissional: atualmente, a Professora Josiane Paiva faz parte da primeira turma, da RJE, de Doutorado em Educação pela Unisinos. Ela ressalta o desafio ao assumir a Coordenação da Unidade III e a alegria com a novidade.

 

“Recebo essa nova missão com muita alegria, com muito ânimo e com muita gratidão. Sei que lá existem pessoas que conhecem aquele espaço, que conhecem a dinâmica de funcionamento da Unidade em uma perspectiva diferente da minha. Estive junto com o Pe. Robson e com a equipe quando nós fizemos toda a concepção do que seriam as Coordenações de Unidade, mas ainda não tivera a oportunidade de atuar em uma delas. Por isso, para mim, é um desafio que encaro com muita alegria”, finaliza.

 

Para celebrar com gratidão o ano letivo que se encerra e rogar a Deus bençãos para as novas missões, os colaboradores do Colégio dos Jesuítas se reunirão na Capela do Colégio, nesta quarta-feira, dia 08/12, às 19h, em missa de ação de graças.

 

Colégio dos Jesuítas, tradição viva em educar para o futuro!

Francisco Xavier: o influencer do Oriente

 

“Talvez nenhum cristão tenha percorrido tantos quilômetros para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo como fez Francisco Xavier, o santo padroeiro das Missões.” (Coleção Jesuítas, Volume 2)

 

Dom Francisco de Jaso e Javier nasceu no dia 07 de abril de 1506, em Navarra, Espanha. Foi o sétimo filho da família dos senhores de Javier e viveu sua infância e adolescência entre os castelos e as cortes, a mudança de privilégios e territórios, a perda do pai e a partida dos irmãos para a guerra. Um início de vida em um ambiente de tumulto e alguns conflitos.

 

Estudou na Universidade de Paris e destacou-se nas ciências, tornando-se professor e ocupando cátedras importantes para o seu tempo. Conheceu grandes homens e mulheres, inteligentes e sábios, mestres e doutores, porém nenhum como aquele que transformaria sua vida por completo. Um espanhol ligeiramente coxo que também tinha sido nobre, mas que, em Paris, precisava mendigar para sobreviver e pagar seu alojamento. Alguém que lutou contra os irmãos dele na guerra e que, ao seu ver, era um fracassado. Esse espanhol era Inácio de Loyola.

 

Esse encontro transformaria o seu horizonte. De mendigo, Inácio passou a ser o seu grande amigo, e Francisco, após a experiência de realizar os Exercícios Espirituais com ele, conseguiu enxergar o sentido profundo de sua existência. Ele conseguiu se enxergar de frente para Jesus, discernindo que nenhuma outra ambição ocuparia sua vida, a não ser a do anúncio do Evangelho.

 

O seu ardor missionário nasce meio que por acidente, pois um jesuíta que partiria para a Índia adoeceu, levando Xavier a se aventurar nessa região e se tornar o grande influencer do Oriente, como poderíamos chamá-lo em nossos dias. Após professar os votos na Companhia de Jesus, partiu para nunca mais retornar a Roma.

 

De 15 anos de sacerdote, 11 os passou no Oriente. Foi para Portugal; partiu rumo à Índia, onde atuou em Goa, seguiu para a costa da Pescaria e Cabo de Comorim. Partiu em missão para as Ilhas do Pacífico, Málaca, Amboíno, Ternate, Ilhas Moro (hoje Malásia e Indonésia). Também realizou um amplo trabalho missionário no Japão, mais especificamente nas regiões de Kagochima, Hirado, Yamaguchi e Kioto. Morreu exausto olhando para a China na madrugada do dia 03 de dezembro de 1552, tendo no pensamento e no coração a certeza de que lá também conheceriam a mensagem de um Deus bom, que está próximo de todos sem distinção.

 

Hoje destacamos em Francisco Xavier a sua incansável capacidade de ir e anunciar a mensagem do Reino de Deus. Sendo filho do seu tempo e desde sua realidade, ele utilizou todos os meios de sua época para chegar a novas pessoas, novos lugares, pensamentos, culturas, idiomas. Traduziu catecismos, pediu ajuda de amigos para falar línguas novas, atravessou mares de navio para chegar até a ilha mais afastada, escrevia cartas, batizava multidões e tudo com um só objetivo: anunciar a pessoa que transformou a sua própria vida, Jesus.

 

Será que se ele tivesse vivido em nosso tempo, ele não seria um grande influencer digital? Ele não aprenderia as novas formas de expressão para chegar a mais pessoas? Não teria milhares de seguidores e um canal de destaque nas redes sociais? Não é esse espaço nossa terra atual de missão? Seria um rosto popular? Qual seria a sua intenção? Qual a sua verdadeira ambição?

 

Sem dúvida, anunciar uma mensagem de amor que alcança a todos os seres humanos, desfazendo as fronteiras, quebrando as ideologias, construindo o diálogo, promovendo a justiça e dando conforto ao coração. Uma mensagem que incentivaria o cuidado com a Casa Comum, tornando-nos mais irmãos e evidenciando que o Reino de Deus, que também é nosso, vale todo o cansaço, fadiga e entrega para ser anunciado.

 

Que o grande influencer do Oriente nos conceda a graça de anunciar um Deus vivo no meio de nós, tão atual e cativante que nos fortalece no diálogo e na tolerância, capaz de se comunicar utilizando todos os meios, sem invadir, sem limitar, libertando-nos e levando-nos a ser a melhor versão de nós mesmos. Um Deus sempre on-line!

 

Por Fernando Damián Cruz López

Agente de Pastoral – Colégio São Francisco Xavier – SP (integrante da Rede Jesuíta de Educação)

Estudante do Colégio dos Jesuítas chega à final de competição nacional com projeto de app para tratamento de paralisia facial

 

A estudante Mirella Diniz Wunderlich, da 3ª série do Ensino Médio, está na fase decisiva da Olimpíada do Futuro – Sapientia, que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná, nos dias 2 e 3 de dezembro. Para a competição, Mirella e sua equipe criaram a proposta do aplicativo Sorria!, destinado ao tratamento de pessoas com paralisia facial. Os projetos apresentados no certame precisam ter um impacto social, com foco em melhorar a vida em comunidade.

 

Outras oito equipes brasileiras e uma equipe paraguaia também participam da Olimpíada. Segundo a organização, o júri é formado por especialistas do mercado financeiro, educadores, empresários, designers e jornalistas. Os outros quatro membros da equipe de Mirella são residentes em Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo e São José dos Campos (SP).

 

Segundo a jovem, a proposta tem relação com sua experiência familiar. Tanto a mãe quanto o pai de Mirella tiveram episódios de paralisia facial após passarem por cirurgias de retirada das glândulas salivares, em 2012 e em 2017, respectivamente. A possibilidade de elaborar uma iniciativa em prol das pessoas com paralisia facial surgiu quando a estudante, junto com os outros integrantes do grupo, recebeu o convite para participar da Sapientia após os bons resultados alcançados na Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON), em que Mirella foi medalhista de prata.

 

“Essa ideia surgiu como uma possibilidade de aliar o nosso conhecimento sobre criação de negócios e finanças, que surgiu na OBECON, com a iniciativa social, que é da Sapientia. Eu conversei com as pessoas do grupo sobre essa experiência pessoal minha e dei a ideia de o aplicativo usar a inteligência artificial como mediadora para esse tratamento”, conta a jovem, que ocupa o cargo de Chief Tecnology Officer (CTO) do grupo, ou seja, é a diretora técnica da equipe.

 

Pela proposta do app Sorria!, o paciente poderá fazer exercícios direcionados a cada estágio e tipo de paralisia, acompanhado por vídeos instrutivos com profissionais especializados, como os fisioterapeutas faciais. O algoritmo de inteligência artificial será responsável por corrigir os movimentos feitos pelos usuários, por meio do reconhecimento facial. Cada paciente terá um cronograma personalizado. O app também terá um sistema de recompensa para estimular a continuidade e a frequência diária de exercícios.

 

De acordo com a estudante Mirella Wunderlich, um dos pilares do projeto é o acesso democrático ao aplicativo. “A gente tem como meta o acesso a baixo custo, dessa forma, todo o acesso primário ao aplicativo será gratuito. Como forma de monetização, contamos, principalmente, com propagandas e compras dentro do app. Então o usuário poderá ter, por exemplo, um upgrade dentro do aplicativo, de acordo com sua vontade. Mas o uso primário é completamente gratuito”, conta a estudante, que também prevê parcerias com hospitais, seguros e planos de saúde, com o objetivo de levar o serviço a mais pacientes e gerar viabilidade financeira para a empreitada.

 

Mirella mostra o app ao lado de parte da equipe criadora.

 

Série de resultados positivos 

Chegar à fase final das Olimpíadas do Futuro – Sapientia é mais uma conquista na trajetória acadêmica da estudante Mirella Wunderlich. Ela já recebeu a medalha de prata e o título de “Menina Olímpica” na Olimpíada Brasileira de Economia (OBECON). Mirella também já foi 1º lugar na América Latina na Tiger Global Case Competition (TGCC), certame de empreendedorismo internacional on-line entre jovens de 13 a 18 anos, e teve o Melhor Business Case da IEO Open Track, uma versão da Olimpíada Internacional de Economia.

 

“A sensação de chegar em mais uma final, é incrível, quase inacreditável. É realmente fruto de muito esforço e dedicação não só minha, mas do time como um todo, da comissão organizadora das Olimpíadas. Encerrando agora o Ensino Médio, eu acho que é uma forma fantástica de fechar com chave de ouro”, avalia.

 

Para Mirella, a formação acadêmica e humanística proporcionada pelo Colégio dos Jesuítas, teve relevância no resultado conquistado até agora. “O Colégio, com sua educação social, educação para os outros, toda a questão do Magis, influencia muito nessa decisão de participar de projetos e desenvolver iniciativas que tenham esse impacto social”, acredita a estudante.

 

​Confira o site do aplicativo Sorria! e o vídeo oficial de apresentação.

 

Confira algumas do app em nossa galeria:

 

ENEM 2021: segundo dia de acordo com as expectativas

 

O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio transcorreu com tranquilidade para a comunidade educativa do Colégio dos Jesuítas. Com uma preparação intensificada na última semana, os estudantes foram confiantes para as provas de Matemática, Ciências da Natureza e suas respectivas tecnologias.

 

Com relação às questões de Matemática, o Professor Paulo Roberto Fernandes II afirmou que “a prova […] veio mais conteudista do que nos anos anteriores e abrangeu praticamente quase todo conteúdo do programa. Teve um grau de dificuldade maior do que no ano anterior, mas dentro do esperado”. A mesma perspectiva foi adotada pela Assessora da Área, professora Gisele Rosa Breviglieri. Segundo ela, “a prova de matemática apresenta poucas oscilações de conteúdo de um ano para o outro. Sendo assim, a distribuição de conteúdos clássicos foi mantida”.

 

Quanto à área de Ciências da Natureza, as observações apontam para uma prova também conteudista, mas de acordo com as expectativas. Na Química, “as questões do ENEM 2021 apresentaram uma distribuição tradicionalmente esperada entre os conteúdos previstos, embora com mais itens de Química Orgânica (se comparados às edições anteriores)” – relatou o professor da 3ª série, Marcelo Marins Ramalho.

 

A Biologia, analisada pelos professores Wander de Paula Gomes e Luiz Francisco Fazza, diversificou os conteúdos cobrados. Na visão dos docentes, a prova deixou de ter Ecologia como um dos focos principais e valorizou conteúdos específicos, como nas questões de Botânica. Além disso, privilegiou a interpretação por parte dos estudantes, tendo o texto-base das questões trazido muitas informações relevantes.

 

Completando a área, a prova de Física seguiu a linha e não gerou surpresas. O professor Wagner Augusto Teixeira da Silva afirmou: “[…] percebemos uma quantidade considerável de questões sobre calorimetria, termometria, eletromagnetismo, eletrostática e eletrodinâmica. O nível de dificuldade das questões nos pareceu adequado, poucas questões exigindo cálculos complexos, muitas questões de caráter puramente conceitual e um ponto que chamou a atenção para a prova desse ano foi o reduzido número de questões sobre Dinâmica”.

 

Na opinião dos professores, a preparação oferecida aos estudantes do Colégio dos Jesuítas esteve bem alinhada com as provas, o que se reflete na expectativa de bons resultados e aprovações no Ensino Superior: “Com tranquilidade, podemos ressaltar que os alunos do Colégio dos Jesuítas receberam embasamento e preparação para realizarem as provas com qualidade e, assim, obterem o sucesso esperado”, declarou a Assessora de Área – Ciências da Natureza, professora Simone Alves de Oliveira Cortes.

 

Nas próximas semanas, a terceira série estará envolvida com o Revisional PISM. O Colégio dos Jesuítas segue oferecendo uma vivência rica de aprendizagens que também prepara com excelência para os desafios das avaliações externas. A formação integral, o cuidado socioemocional e a qualidade acadêmica contribuem para a preparação dos estudantes para a vida!

 

Por Prof. Ivan Bilheiro

Orientador Pedagógico 

Inauguração do Espaço Imaculada é veiculada na Rede Vida

 

A inauguração do Espaço Imaculada foi assunto do telejornal “JCTV”, da Rede Vida de Televisão, emissora aberta de inspiração cristã, com cobertura nacional.

 

No evento, concederam entrevistas o Provincial dos Jesuítas no Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ; o Secretário para Educação dos Jesuítas no Brasil e reitor nomeado da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Pe. Sérgio Eduardo Mariucci, SJ e o Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira.

 

O Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna e o Diretor Acadêmico, Pe. José Robson Silva Sousa, SJ, também foram ouvidos pela reportagem.

 

Confira a cobertura:

 

 

 

Nossa Senhora das Graças, rogai por nós!

 

O anjo Gabriel saudou a Maria: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo” (Lc 1, 26-38). A ela foi dada a maior benção de todas, ser a mãe do filho de Deus, Jesus. A essa missão que lhe foi confiada, a jovem disse sim, e, ao aceitar o Verbo Divino em seu ventre, Maria aceita a humanidade também, torna-se mãe de todos nós e se compadece da cruz que cada homem e mulher carrega.

 

É no colo dessa mãe que encontramos consolo, é o seu olhar piedoso que nos acompanha em nossas lutas diárias e é em seu sagrado coração que encontramos a paz.

 

No dia 27 de novembro, celebra-se o dia de Nossa Senhora das Graças, uma manifestação da Santíssima Virgem na França, em 1830, à Santa Catarina Labouré, quando ainda era uma noviça.

 

Nesta aparição, Maria oferece à humanidade o seu dom de acolher os pedidos dos necessitados e alcançar a graça de atendê-los, através da sua interseção junto a Deus Pai. “Oh, Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”, assim ela nos pede para a ela nos dirigirmos nos momentos em que precisarmos de sua mão para prosseguir a caminhada, de seu colo para o descanso da dor, de seu olhar piedoso para as nossas fraquezas e de seu coração amantíssimo para restaurar em nós o amor a Deus.

 

“Maria passa na frente,
Pisa na cabeça da serpente,
Intercede junto a Jesus,
Que a Cruz Sagrada seja a minha luz”.
(Padre Marcelo Rossi)

 

Não por acaso, Maria pediu a Santa Catarina que assim fosse retratada em sua medalha: De um lado, suas mãos estendidas espalhando suas bençãos sobre o mundo e seus delicados pés esmagando a cabeça da serpente do mal, do outro, a cruz acompanhada de Seu Sagrado Coração e do Coração de Jesus. Nesta simbologia, está o seu propósito, proteger-nos do mal, relembrar-nos da graça de termos nosso pecado original perdoado pelo sacrifício de Jesus e nos dar a benção de, através da fé, alcançarmos a graça de Deus.

 

Neste momento em que vivemos, quando a humanidade encontra-se em busca de soluções para um mundo repartido, assolado pela dor de uma pandemia e de tantas perdas, Nossa Senhora das Graças, rogai por nós e nos console!

 

“Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim, minha mãe, junto a Jesus”
(Roberto Carlos)

 

Que essa devoção a Nossa Senhora das Graças, que sempre nos oportuniza seguir mais de perto o nosso Senhor e Salvador, nos ajude a seguir adiante no propósito de testemunhar os valores da fé cristã neste mundo, que tanto carece do cuidado divino, o qual foi tão bem demonstrado na figura materna de Maria, mãe de Jesus e nossa!

 

Por Magali Machado Silva Jobim

Professora

O Vinte de Novembro de Cada Dia

 

O 20 de novembro, mais uma vez, trouxe consigo a oportunidade de (re)pensarmos o nosso país e sua permanente construção. Momento para lembrar da importância de refletir sobre os lugares do negro na sociedade brasileira, também construída por gerações de afro-brasileiros desde a colonização portuguesa que, marcada pela escravidão, impôs violência, dor e diversas formas de preconceito ainda presentes nas relações étnico raciais no Brasil.

 

A data foi estabelecida no Calendário Escolar Nacional pelo projeto Lei n.º 10.639 apresentado ao plenário da Câmara no dia 9 de janeiro de 2003 e aprovado em sessão conjunta com o Senado em 17 de abril de 2008, alterando assim a LDB. No entanto, o 20 de novembro como “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” foi estabelecido no Calendário Nacional Brasileiro com a sanção da Lei 12.519 em 10 de novembro de 2011.

 

A escolha do dia da morte de Zumbi, um dos líderes do Quilombo dos Palmares, como marco simbólico teve início em 1978 por ação dos integrantes do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNU), em um congresso realizado na cidade de São Paulo. Zumbi, desta forma, era eleito como um herói e símbolo dos negros no Brasil, bem como da luta contra a discriminação racial e por direitos reivindicados pela população afro-brasileira contemporânea.

 

A Consciência Negra é uma expressão que designa a percepção histórica e cultural que os negros têm de si mesmos. Também representa a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social decorrente de um sistema escravagista que culturalmente promoveu a desumanização dos negros por quase quatro séculos. Sendo assim, a sociedade brasileira naturalizou um vasto elenco de afirmações que valorizam a branquitude e depreciam a negritude.

 

Por mais que tenham ocorrido mudanças na legislação brasileira que visam à diminuição das desigualdades raciais, a falta de oportunidades para a população negra, o racismo cotidiano e as tentativas de apagamento de cultura africana evidenciam que ainda há muito a ser feito. É disso que trata o Dia da Consciência Negra! Ao relembrar a luta dos africanos escravizados no passado, ele reforça a importância da continuidade das ações a favor da promoção de relações étnico-raciais mais justas e solidárias para a construção de uma sociedade sem racismos e preconceitos.

 

Inúmeras pesquisas acadêmicas e governamentais sobre o tema têm sido realizadas nos últimos anos, e alguns indicativos podem nos ajudar a entender o problema da desigualdade racial no Brasil. Segundo pesquisa realizada pelo Poder Legislativo Federal, no último pleito eleitoral em 2018, somente 4% dos políticos eleitos para o Parlamento autodeclaram-se negros. A pesquisa indicou que, entre deputados distritais, estaduais, federais e senadores, somente 65 dos 1626 eleitos declaravam-se negros, revelando a pequena representatividade política da população afro-brasileira nos legislativos estaduais e nacional.

 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC) 2018 do IBGE aponta que cerca de 55,8% da população autodeclara-se preta ou parda, mas, apesar de serem a maioria da população, a renda dos brancos é 74% maior que a dos negros. Os negros são maioria entre os mais pobres, 75%, e são a maioria na população carcerária. A pesquisa também demostra que no mercado de trabalho a renda média dos negros é aproximadamente R$ 1.500, a renda média dos brancos é de aproximadamente R$ 2.800 reais. O desemprego também aflige mais à população negra, que totaliza mais de 60% dos desempregados.

 

Adalmir Leonídio, coordenador do Observatório da Criminalização da Pobreza e dos Movimentos Sociais da USP, aponta para o fato de que os negros são mais condenados que os brancos quando são processados por posse de drogas. Entretanto, paradoxalmente, eles são apreendidos com doses menores de substâncias ilícitas em relação a condenados brancos. Não só a justiça demonstra ser mais rigorosa contra os negros, mas a polícia também, uma vez que 76% dos mortos pela polícia são negros. O racismo está impregnado na nossa cultura e se manifesta também no vocabulário por meio de expressões como “a cor do pecado”, “denegrir”, “mulato”, “cabelo ruim”, entre outras tantas.

 

Identificar e dialogar sobre os problemas que são geradores e decorrentes das desigualdades raciais no Brasil abriu caminho para a formulação e execução de políticas afirmativas de inclusão socioeconômica e de combate aos preconceitos. Um exemplo disso foi a lei que estabelece as cotas raciais para a entrada de estudantes nas universidades públicas e a lei que criminaliza as práticas racistas. Contudo ainda há muito por fazer. A presença pioneira do 20 de novembro no calendário escolar e, posteriormente, no calendário nacional contribui para manter viva a história das lutas e conquistas do povo negro, assim como nos impõe a necessária reflexão sobre as violências, exclusões e discriminações ainda praticadas contra a população afro-brasileira.

 

Fontes:
Lei 10.639 – https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2003/lei-10639-9-janeiro-2003-493157-publicacaooriginal-1-pl.html
Lei 12.519 – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12519.htm
PNAD https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios.html?=&t=o-que-e
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/11/brancos-tem-renda-74-superior-a-de-pretos-e-pardos-diz-ibge.shtml
LEONÍDIO, Adalmir. Apontamentos para a compreensão do conservadorismo jurídico-penal no Brasil. Brasília, 2018, p. 427.

 

Por Pedro Gabriel Pereira

Professor

Especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira

Espaço Imaculada: Novo edifício do Colégio dos Jesuítas é inaugurado

 

O Espaço Imaculada, novo prédio do Colégio dos Jesuítas, foi inaugurado no dia 20 de novembro. O edifício será o ambiente de aprendizado dos estudantes do Maternal III ao 2º ano do Ensino Fundamental. Com espaços inovadores, que revolucionam o conceito de sala de aula e junto a uma área de Mata Atlântica bem no Centro de Juiz de Fora, a construção representa o compromisso do Colégio dos Jesuítas de renovar-se para manter a sua tradição de excelência acadêmica.

 

Diversas autoridades participaram presencialmente da solenidade de inauguração, que seguiu os devidos protocolos de biossegurança. Entre os representantes da Companhia de Jesus no Brasil, estiveram presentes o Provincial dos Jesuítas no Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, e o Secretário para Educação dos Jesuítas no Brasil e reitor nomeado da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Pe. Sérgio Eduardo Mariucci, SJ. O Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, também esteve presente. O evento contou, ainda, com a presença da Equipe Diretiva e colaboradores do Colégio dos Jesuítas; além da Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, e da Secretária Municipal de Educação, Nádia Ribas, entre outros convidados.

 

Em seu discurso, o Diretor Geral do Colégio dos Jesuítas, Professor Edelves Rosa Luna, expressou sua gratidão à Companhia de Jesus, na pessoa do Pe. Smyda, SJ, por presentear Juiz de Fora e região com o Espaço Imaculada. O Diretor Geral destacou a dedicação de todos que trabalham no Colégio: “É assim, com dedicação diária à excelência formativa, que o Colégio dos Jesuítas acolhe diariamente às crianças e aos jovens que a nós foram confiados; dedicação para buscar o nosso Magis; dedicação para a boa formação nos números e nas letras; mas, sobretudo, dedicação na construção do caráter, de um espírito de coletividade republicana que promova o crescimento pessoal e o crescimento do nosso país.”

 

A Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, afirmou que o Colégio dos Jesuítas é uma “potência educacional na nossa cidade e região” e destacou o papel dos jesuítas na proteção das populações nativas, como quando da proibição da educação bilíngue em português e tupi no século XVIII: “Como o Marquês de Pombal proibiu que se fizesse a educação bilíngue, os jesuítas, que corajosamente enfrentaram essa posição, foram expulsos do Brasil em 1759 e retornaram depois para continuar sua importante missão educacional.”

 

Em sua fala, o Pe. Sérgio Eduardo Mariucci, SJ, destacou que à medida que as crianças conviverem no novo prédio, compreenderão que os locais habitados por nós devem estar integrados à natureza e serem sustentáveis. “Nesse sentido, esse prédio dialoga com o Pacto Educativo Global, que o Papa Francisco propôs, com a (encíclica papal) Laudato si’ e, também, com o nosso Projeto Educativo Comum”, afirmou o Secretário para Educação dos Jesuítas no Brasil e reitor nomeado da Unisinos.

 

Na avaliação do Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, o Espaço Imaculada representa algo “inestimável”, o cuidado com a criança: “É algo que vem de Deus e representa a maior atividade da humanidade hoje. As crianças de hoje são os adultos de amanhã. E, se nós erramos na educação das crianças, se nos descuidamos de qualquer aspecto, nós comprometemos o futuro.”

 

Por fim, o Provincial dos Jesuítas no Brasil, Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, afirmou que o Espaço Imaculada é um “sinal” para toda a Rede Jesuíta de Educação: “Porque queremos ir em direção da integração daquilo que o nosso Papa nos interpela e o próprio mundo nos interpela: integração com a Casa Comum, que é o mundo que Deus nos deu. Não podemos o destruir, mas integrar, harmonizar. Para nos tornarmos cidadãos como irmãos neste mesmo mundo.” Em sua fala, Pe. Smyda, SJ, também destacou o Imaculada como um instrumento para a realização do Projeto Educativo Comum (PEC) da Rede Jesuíta de Educação, atualizado neste ano e que norteará as ações pedagógicas até 2025.

 

Fachada com tecnologia nova no Brasil  

O projeto arquitetônico do Imaculada foi planejado de forma a garantir a presença de áreas de convivência entre as pessoas. Um parquinho foi montado no terraço, já que o brincar é considerado elemento importante para a aprendizagem, de acordo com a Proposta Pedagógica do Espaço.

 

No lugar das salas de aula, foram construídos verdadeiros espaços de aprendizagem. Esses ambientes flexíveis são amplos e arejados por grandes janelas e comunicam-se por meio de transparências, criando uma relação de pertencimento com todo o espaço. O Imaculada contará, ainda, com mecanismos avançados de segurança, como sistema de alarme automático, videomonitoramento, aparato anti-incêndio e sistema de controle de acesso ao edifício.

 

Os brises-soleils da fachada foram produzidos em UHPC, Concreto de Ultra Alta Performance, um material que apresenta resistência maior que o concreto comum. O Espaço Imaculada é um dos poucos edifícios do Brasil a contar com brises neste tipo de material, que possibilita a criação de peças gigantes e com aberturas.

 

O restante da fachada foi montado em peças coloridas de Light Steel Frame, produto em aço galvanizado que oferece isolamento acústico e térmico ao interior da construção. Esta tecnologia também é autolimpante, a água da chuva é o suficiente para fazer a limpeza.

 

O projeto conta com alto grau de industrialização. Partes do edifício foram produzidas externamente em fábricas especializadas e, posteriormente, montadas em Juiz de Fora. Desta forma, foi possível realizar uma obra complexa em um período de sete meses, aproximadamente.

 

Assista ao vídeo abaixo e confira um pouco mais da solenidade:

 

 

Confira algumas imagens da solenidade:

O Dia da Consciência Negra

 

No sábado foi celebrado o Dia da Consciência Negra. O 20 de novembro foi a data escolhida por ser o dia em que Zumbi, último líder do Quilombo dos Palmares, foi assassinado no ano de 1695.

 

Convido você a fazer uma viagem pelo tempo. Brasil, século XVII. A escravidão de africanos e afrodescendentes era permitida pelos governantes. Neste contexto, os quilombos eram lugares de refúgio para os escravizados. O mais importante de todos ficava na região da Serra da Barriga, na então capitania de Pernambuco. Era o Quilombo dos Palmares, área hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado de Alagoas.

 

O Quilombo dos Palmares conseguiu se contrapor por, aproximadamente, um século, às investidas de colonizadores europeus e seus representantes, tornando-se um símbolo da resistência dos escravizados. Um dos líderes de Palmares foi Zumbi, que era brasileiro e nasceu liberto, mas foi escravizado na infância e conseguiu fugir na juventude.

 

Assim, as figuras de Zumbi e do Quilombo dos Palmares foram resgatadas por integrantes do movimento negro. A ideia da celebração no dia 20 de novembro foi impulsionada por um grupo de jovens negros que se reuniam em Porto Alegre na década de 1970.

 

A data entrou para o currículo escolar no ano de 2003. Em 2011 foi criado oficialmente o Dia de Zumbi e da Consciência Negra, instituído pela Lei Nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.

 

Atualmente, o Dia da Consciência Negra é feriado em cinco estados e mais de mil municípios. Um projeto de lei aprovado no Senado Federal em agosto de 2021 (PLS 482/2017) determina a criação do feriado nacional do Dia de Zumbi e da Consciência Negra. A proposta ainda precisa passar por votação no plenário da Câmara dos Deputados.

 

Esta é uma data que deve ser celebrada e, também, servir como um momento de reflexão para a luta antirracista. A escravidão foi abolida em 1888, mas, ainda hoje, o país e a população negra sofrem com os efeitos de séculos de problemas na estrutura da sociedade.

 

Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em 2019, aponta que pretos ou pardos representavam 64,2% da população desocupada no Brasil. Os números também apontam a falta de igualdade na representação política: apenas 27,3% das pessoas eleitas para os cargos de deputados distritais, estaduais, federais e senador eram negras. No mesmo ano, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) mostrou que a população negra correspondia a 56% do total de brasileiros.

 

Existem outras situações em que esses problemas estruturais se mostram presentes. Por isso, a importância de uma data como o Dia da Consciência Negra, para podermos discutir o papel do negro na sociedade e lutarmos contra a desigualdade e o preconceito.

 

Referências:

https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/11/dia-da-consciencia-negra-50-anos-liberdade-conquistada-nao-concedida

 

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/08/23/aprovado-feriado-nacional-pelo-dia-de-zumbi-e-da-consciencia-negra

 

https://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/zumbi_19.htm

 

https://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/zumbi_1.htm

 

Por Igor Santos

Assistente de Comunicação